GABINETE de PSICOLOGIA
Dra. Vera Faria
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Avaliação e Intervenção

Perturbações do desenvolvimento

As perturbações do desenvolvimento remetem para a existência de algo que põe em causa a harmonia da aquisição de conhecimentos e competências. Estas perturbações podem ocorrer a nível mental, social e/ou emocional, causando, desta forma, infelicidade e sofrimento.

No universo das perturbações do desenvolvimento, podem destacar-se as dificuldades de aprendizagem (como a Dislexia, Disortografia, Discalculia ou Disgrafia); as perturbações do espetro do autismo (como a Perturbação Autística ou a Síndrome de Asperger); os Défices Cognitivos/Deficiência Mental; as perturbações da atenção e do comportamento (como a Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção ou a Perturbação da Coordenação-Motora) e, finalmente, as perturbações do humor que englobam, por exemplo, a Perturbação da Ansiedade.

Em consulta é realizada uma avaliação cognitiva rigorosa, através de entrevista clínica com a criança e pais, e a aplicação de testes psicológicos, nomeadamente, escalas de inteligência e outros instrumentos que nos permitem aferir a capacidade intelectual da criança.

Os resultados revelam as competências e dificuldades da criança em várias áreas e também nos fornecem indicações de como melhor atuar no sentido de rentabilizar as suas capacidades e suprimir as dificuldades.

Elabora-se um plano de intervenção adequado ao seu perfil e desenvolve-se um trabalho com a família e de articulação permanente com a escola, designadamente, com os educadores, professores, professores de ensino especial e, também, com técnicos de saúde que acompanham a criança.

 

PERTURBAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO FREQUENTES EM CONSULTA: 
  • Défices Cognitivos/Deficiência Mental;
  • Perturbações do espetro do autismo (como a Perturbação Autística ou a Síndrome de Asperger);
  • Dificuldades de aprendizagem (como a Dislexia, Disortografia, Discalculia ou Disgrafia);
  • Perturbações da atenção e do comportamento (como a Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção ou a Perturbação da Coordenação-Motora);
  • Perturbações do humor (como a Perturbação da Ansiedade)
Hiperatividade e Défice de Atenção

A PHDA é uma perturbação do desenvolvimento com três grandes características basilares:

  • Défice de atenção;
  • Excesso de atividade motora;
  • Impulsividade.

A existência destas características deve ser entendida em função da idade e do desenvolvimento de cada indivíduo.

 

SINAIS DE ALERTA
  • A criança apresenta um conjunto de características comportamentais que se enquadram na descrição clinica acima apontada;
  •  A criança apresenta essas características em mais do que um contexto de vida;
  • • As características são mais frequentes e duradouras do que para outras crianças com a mesma idade e  condições de desenvolvimento;
  • Existirem há mais de seis meses e surgiram antes dos 12 anos de idade;
  • As características são fonte de desadaptação na escola e na família;
  • A criança apresenta problemas de socialização devido ao seu comportamento impulsivo, desatento e irrequieto;
  • O seu comportamento se torna fonte de instabilidade familiar ainda que possa variar com os contextos e as tarefas realizadas;
  • Os contextos não estão a ser capazes de dar uma resposta adequada para melhorar o bem estar e promover felicidade.

 

Perante um pedido de Avaliação/ Diagnóstico de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, segue-se um processo de recolha de informação detalhada. Inicialmente, realiza-se a entrevista com os pais, de modo a recolher toda a informação sobre o historial de desenvolvimento, médico, psiquiátrico, familiar, social, e escolar da criança.

De seguida, os professores e diretores de turma são também contactados, com o conhecimento dos pais, com o objetivo de complementar a informação prestada pelos pais, acerca do seu comportamento em contexto escolar.

Uma vez reunida todo a informação, é possível descrever a situação problemática nos vários contextos em que a criança está inserida.

No final da avaliação, que decorre habitualmente em quatro a cinco sessões, informa-se os pais sobre as conclusões, descrevendo de forma aprofundada as áreas avaliadas e das necessidades terapêuticas existentes, e o que deverá ser trabalhado em casa e na escola.

A PHDA pode ocorrer em diferentes graus de intensidade, com sintomas variando entre leves e graves. Dependendo da gravidade destes sintomas, a hiperatividade pode comprometer o desenvolvimento e a expressão linguística, a memória e habilidades motoras da criança.

É fundamental que as causas sejam devidamente identificadas de forma a iniciar um tratamento adequado.

A falta de um bom diagnóstico diferencial pode comprometer o tratamento.

Ao psicólogo, compete distinguir entre a criança normalmente ativa e enérgica, e a criança realmente hiperativa.

A intervenção psicológica será implementada de acordo com as características pessoais e as problemáticas da criança e consiste em programas comportamentais, que incluem estratégias que permitem desenvolver as áreas que apresentam lacunas.

Pretende-se proporcionar uma melhoria no rendimento escolar (quando está condicionado), autonomia e autoestima da criança, assim como promover um relacionamento adequado com os colegas e professores.

Atraso no desenvolvimento global

No que diz respeito a atraso no desenvolvimento global é realizada uma avaliação rigorosa das competências da criança, através de entrevistas com pais, observação da criança, aplicação de escalas de avaliação das competências no desenvolvimento.

Identificando-se o nível de desenvolvimento da criança em várias áreas de competências e em conjunto com a família, e em articulação com educadores de infância, professores e outros profissionais de saúde, é possível tomar decisões quanto ao que deve ser trabalhado.

O plano de intervenção foca-se em várias áreas de desenvolvimento, designadamente, a linguagem, comunicação, autonomia (atividades da vida diária), interação social, brincar e alternativas escolares.

A intervenção é reavaliada permanentemente, no sentido de manter as estratégias que funcionam, e eliminar as que não resultam.

Inteligência e maturidade cognitiva

A avaliação cognitiva é realizada através de entrevista clínica e aplicação de testes psicológicos, nomeadamente, escalas de inteligência e outros instrumentos que nos permitem aferir a capacidade intelectual / maturidade cognitiva da criança e do adolescente, uma vez que nos fornecem informação sobre o seu desempenho em várias áreas e também indicações de como melhor atuar para rentabilizar as suas capacidades ou suprimir as dificuldades.

Realiza-se, sempre, que necessário ou oportuno um trabalho de articulação com a escola, designadamente, com os educadores, professores e, também, com técnicos de saúde que acompanham a criança ou adolescente.

Despiste de sobredotação

O Despiste de Sobredotação é uma avaliação cognitiva através de entrevista clínica e aplicação de testes psicológicos, nomeadamente, escalas de inteligência e outros instrumentos que nos permitem aferir a capacidade intelectual da criança e do adolescente.

Deste modo, na avaliação destas crianças, há que ter em conta múltiplas áreas e dimensões, com recurso a diversos instrumentos e processos.

Os indivíduos sobredotados podem apresentar várias necessidades, ao nível emocional e intelectual, e a sua identificação é essencial. Infelizmente, muitas passam despercebidas e acabam por não serem exploradas todas as suas potencialidades.

Um ambiente familiar e escolar pouco estimulante são grandes obstáculos na vida da criança/ jovem sobredotado e pode trazer graves problemas na motivação e no equilíbrio emocional.

 

CARACTERÍSTICAS QUE PODEM SER OBSERVADAS EM ALUNOS SOBREDOTADOS:
  • Facilidade de abstração e de conceptualização, com grande capacidade em estabelecer relações entre causa e efeito;
  • Criatividade e imaginação férteis;
  • Sentido crítico alargado;
  • Elevado nível de energia;
  • Grande capacidade de memorização de informação e elevada capacidade de aprendizagem;
  • Capacidade em manter a atenção nas tarefas;
  • Grau elevado de persistência e motivação na resolução de problemas;
  • Vocabulário e discurso desenvolvidos para a idade;
  • Curiosidade, desejo de aprender e de questionar;
  • Comportamento de liderança e preferência pelo trabalho individual;
  • Perfecionismo;
  • Autonomia e independência;
  • Habilidades e interesses diversificados.

 

É fundamental estratégias para facilitar o desenvolvimento harmonioso da criança ou jovem sobredotado. Trabalhando em conjunto com a escola e com as famílias, promovendo competências relacionais e sociais, desenvolvimento da tolerância à frustração e orientação ao nível escolar e vocacional

Perturbação Desafiante de Oposição

A criança manifestando sintomas da perturbação desafiante de oposição é essencial uma avaliação, no sentido de fazer um diagnóstico preciso da problemática e definir um plano de intervenção adequado às necessidades reveladas.

Quando pensamos numa criança opositora surgem muito facilmente aspetos como, criança mal-educada, que faz birras, que não respeita regras.

No entanto, a Perturbação Desafiante de Oposição é bem mais complexa. De facto, de um modo geral, esta perturbação é caracterizada por um padrão persistente de desafio, desobediência e hostilidade para com as figuras de autoridade, tal como pais e professores.

As crianças mais pequenas com esta perturbação frequentemente demostram altos níveis de intolerância à frustração, têm dificuldade em adiar a gratificação, perdem facilmente o controlo, manifestando-o, por exemplo, dando pontapés.

As crianças mais velhas com esta perturbação respondem aos pais, revelam problemas de comportamento passivo-agressivo e são descritas como suscetíveis, teimosas e propensas a discussões.

Os sintomas da Perturbação Desafiante de Oposição podem limitar-se a apenas um contexto, mais frequentemente em casa, embora, nos casos mais graves, os sintomas da perturbação tendem a estar presentes em múltiplos contextos e, em qualquer das situações, por norma, verificam-se fragilidades ao nível social.

A Perturbação Desafiante de Oposição está associada a um maior risco de desenvolvimento de outro tipo de perturbações, nomeadamente, perturbação do comportamento, perturbações de ansiedade e perturbação depressiva major, ou de outro tipo de problemas na idade adulta, nomeadamente, comportamento antissocial, problemas de controlo de impulsos ou uso de aditivos.

Verifica-se também que as taxas da Perturbação Desafiante de Oposição são muito mais altas em de crianças, adolescentes e adultos com Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA).

 

SINAIS DE ALERTA:
  • Frequentemente perde o controlo;
  • Com frequência é suscetível ou facilmente incomodado pelos outros;
  • Sente frequentemente raiva e ressentimento;
  • Discute frequentemente com adultos;
  • Com frequência desafia ou recusa cumprir pedidos de figuras de autoridade ou regras;
  • Com frequência, aborrece deliberadamente outras pessoas;
  • Com frequência culpa os outros pelos seus erros ou mau comportamento.
Psicopatologia

Psicopatologia da Criança ou Adolescente relaciona-se com perturbações que ocorrem habitualmente na 1.ª infância e 2.ª infância.

Na minha prática clínica são bastantes as solicitações para avaliação, intervenção psicológica e psicoterapia quando à suspeita e diagnósticos como depressão; ansiedade; ansiedade de separação; mutismo seletivo; fobia; ansiedade Social (fobia social); ataque de pânico; agorafobia, entre outras.

Perturbações obsessivo-compulsivas (POC)

A perturbação obsessivo-compulsiva é caracterizada pela presença de obsessões e ou compulsões que consomem tempo e causam desconforto ou interferência na vida.

Obsessões são pensamentos, preocupações, ideias, imagens intrusivas persistentes percecionadas como desagradáveis e desconfortáveis que causam ansiedade.

Compulsões são comportamentos ou atos mentais repetitivos que visam aliviar ou reduzir a ansiedade causada pelas obsessões.

A obsessões e as compulsões são causadoras de forte mal-estar, consomem tempo e interferem significativamente com as atividades diárias ocupacionais e relacionais. 

As crianças não se encontram isentas de desenvolver a POC. Estudos revelam que mais de 50% dos adultos diagnosticados, experienciaram os primeiros sinais e sintomas antes dos 15 anos de idade, sendo que a idade média de início é de 10,3 anos, com um desvio de mais ou menos 2 anos.

Muitas vezes, os pais inconscientemente, acomodam-se com os sinais e reforçam os sintomas envolvendo-se na realização dos rituais, funcionando como veículos de manutenção da patologia. Exemplos: pais que ajudam a criança em rituais de ordem ou acumulação de objetos ou que não interferem em lavagens excessivas consumidoras de tempo.

Em determinadas fases do desenvolvimento das crianças, estão presentes comportamentos ritualizados que não devem ser confundidos com os sintomas obsessivo-compulsivos. 

 

OBSESSÕES / COMPULSÕES MAIS FREQUENTES:
  • Medos de contaminação (ficar doente por causa de sujidade ou germes, fluidos corporais, insetos ou animais, substâncias pegajosas ou resíduos);
  • Ferir-se ou de ferir outras pessoas (medo de obedecer a impulsos agressivos);
  • Obsessões sexuais (medo de fazer ou dizer algo moral e religiosamente errado);
  • Obsessões de simetria (necessidade de os objetos estarem simétricos ou equilibrados ou perfeitos no “sítio”;
  • Pensamento mágico (números especiais, datas e horários e cores);
  • Verificação repetida de portas, janelas, fornos, fechaduras;
  • Necessidade de repetir atividades para assegurar que nada de mal acontece;
  • Verificar que não se magoou ou feriu alguém;
  • Necessidade de pensar em coisas boas para evitar más consequências, rezar, contar ou repetir frases de forma silenciosa;
  • Contar objetos inúmeras vezes, alinhá-los de uma forma específica, fazer algo com uma mão e depois repetir o mesmo com a outra mão;
  • Necessidade de lavar as mãos ou tomar banho várias vezes, repetição de todo o processo caso haja interrupção;
  • Evitar tocar em objetos, animais ou pessoas por poderem estar sujos ou contaminados;
  • Escrever a mesma letra ou palavra constantemente, condicionando o término das tarefas escolares;
  • Armazenar e guardar coisas inúteis ou economizar, colecionar, contagem de algo (ex. contar as lâminas de uma persiana várias vezes).

 

Cada caso tem a sua especificidade, no entanto, é recomendada a Terapia Cognitivo Comportamental para tratamento de perturbações obsessivo-compulsivas, podendo associar-se aos fármacos, em casos moderados a severos. Este modelo baseia-se na relação entre as obsessões e as compulsões, enfraquecendo a associação e o sofrimento entre as mesmas.

O tratamento precoce minimiza em muito o prejuízo causado pela Perturbação Obsessivo Compulsiva que prejudica fundamentalmente o seu rendimento escolar e, inclusivamente, os relacionamentos interpessoais.

Nas consultas de Psicologia Clínica, os pais beneficiam de toda a informação necessária sobre a problemática em questão, assim como a criança, neste caso, adaptada a sua idade. Esta última aprenderá também estratégias sobre como gerir a angústia e a ansiedade associadas.

Antes da consulta de Psicologia Clínica, os pais geralmente desconhecem que a criança utiliza determinados rituais para afastar ideias e como tal, não sabem como agir perante esta situação.

O pensamento obsessivo, de um modo geral, é algo que mesmo contra a vontade da criança, persiste, e exige um grande esforço mental, tentando controlar os pensamentos.

As crianças que possuem a Perturbação Obsessivo Compulsivo (POC) são, geralmente, ansiosas e preocupam-se com tudo, nomeadamente com situações suas e com questões de outros. Assim, os pais passam bastante tempo a tranquiliza-las e acalma-las, no seu dia a dia.

Apresentam-se, geralmente, como crianças perfecionistas, meticulosas, cumpridoras, bastante responsáveis e são igualmente ordenadas e rígidas nos seus pensamentos.

Revelam, frequentemente baixa auto estima e insegurança, dúvidas constantes, cautelas excessivas, perfecionismo, condicionando o término da tarefa, rigidez e teimosia, indecisões e medo de se enganar e de dececionar a eles próprios, os seus pais e outros significativos.

Verifica-se também uma insistência irracional da criança com os outros, no sentido de que executem algo ou ajam exatamente, como deseja ou ainda relutância irracional em permitir que os outros realizem as coisas do modo como pretendem.

Manifestam imensa dificuldade em lidar com possíveis fracassos no seu dia a dia, limitando sobremaneira a sua capacidade de autonomia e de tomada de decisão. Não observam em si competências que possuem, e que são evidentes aos olhos dos outros, quer em casa como na escola.

Os pais destas crianças, podem ser eles próprios, também perfecionistas e escrupulosos, e possuírem igualmente a mesma perturbação.

Apresentam também alguns sintomas corporais de ansiedade, que são geralmente relatados em consulta, e que se referem a dores de cabeça constantes e desconforto no estômago.

É fundamental que os pais estejam e permaneçam atentos aos sinais físicos e psicológicos de mal-estar apresentados pelas crianças, para prevenir situações mais complexas e graves.

Perante determinados comportamentos estranhos das crianças, surge a suspeita por parte dos pais de que algo não está bem.

Importa que procurem identificar alguns sinais reveladores, nomeadamente, se apresentarem alguma lesão cutânea, tanto pela lavagem excessiva das mãos, quanto através da auto escoriação; atenção ao facto, de se verificarem tiques; demasiado tempo gasto na realização de tarefas quer de casa como da escola; cadernos rasgados pela insistência em apagar sucessivamente o que executa; receio de doenças e medo intenso de que algo de terrível possa acontecer a familiares; aumento significativo de roupas para lavar; demasiado tempo para preparar a cama; e fazer constantemente as mesmas perguntas a familiares.

TRANSTORNOS OU DISTURBIOS ALIMENTARES (ANOREXIA/BULIMIA/OBESIDADE)

Transtorno ou disfunção alimentar é uma alteração mental que se define por um padrão de comportamentos alimentares desviantes que afetam negativamente a saúde física ou mental de um individuo.

Normalmente, os distúrbios alimentares manifestam-se na adolescência devido às mudanças drásticas a nível físico, social e emocional que envolvem a família e ambiente escolar nesta faixa etária.

Aproximadamente 90% dos casos diagnosticados pertencem a mulheres jovens, contudo o número de rapazes adolescentes que sofrem desta doença tem vindo a aumentar drasticamente.

O diagnóstico precoce, assim como a terapia adequada, pode prevenir consequências futuras maiores. O acompanhamento multidisciplinar é imprescindível e abrange profissionais de várias áreas, nomeadamente psicólogos, psiquiatras e nutricionistas.

Anorexia nervosa, bulimia nervosa e obesidade são os distúrbios alimentares mais conhecidos e frequentes, embora existam muitos outros.

Os sinais e sintomas de um distúrbio alimentar podem ser silenciosos e quase impercetíveis, daí ser fundamental para os pais estarem em constante estado de alerta perante possíveis alterações diárias de atitudes e maneiras de estar e agir do seu filho.

 

ALGUNS SINAIS DE ALERTA:
  • Recusa constante em comer. Esta negação perante certos alimentos pode indiciar uma possível alteração do comportamento alimentar, podendo chegar a consequências mais graves. Observe o seu filho e repare se essas recusas são cada vez mais frequentes
  • Preocupação/obsessão pelo corpo e imagem corporal. Repare se o seu filho começa subtilmente a mudar a forma de vestir (optar por vestuário cada vez mais largo, por exemplo) ou se de repente começa a não querer olhar-se ao espelho por não gostar do que vê. É importante entender como e quando começaram estas atitudes de rejeição do próprio corpo, normalmente associadas a fatores sociais e emocionais
  • Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Normalmente estas situações de voracidade alimentar são seguidas de atitudes de indução de vómito e/ou uso de fármacos como laxantes e diuréticos, de forma a tentar “compensar” a ingestão exagerada de tantas calorias.
  • Tenha atenção se o seu filho começa a passar muito tempo na casa de banho, fechado e imediatamente após as refeições.
  • Dores de garganta ou problemas de dentição. No caso da bulimia nervosa é recorrente relatarem-se casos de problemas graves do trato esofágico devido à constante indução de vómito. Os dentes também são drasticamente afetados devido à erosão provocada pelo suco gástrico dos vómitos
  • Lesão da pele do dorso da mão ou calos nas mãos
  • A indução frequente do vómito (levar a mão à boca) provoca o aparecimento de calosidades e ulceração, denominado de “Sinal de Russel”
  • Esconder comida. Um adolescente com um distúrbio alimentar, seja ele qual for, tem a necessidade de esconder alimentos por variadas razões. No caso da anorexia nervosa ocorre esconderem alimentos e, simplesmente, nunca os ingerir. Enquanto na bulimia nervosa esses alimentos escondidos (maioritariamente hipercalóricos) são acumulados e consumidos mais tarde, de forma desmedida. Na obesidade também se verifica esta situação de esconder alimentos ou mentir/omitir o que realmente se consome ao longo do dia.

O tratamento psicológico é complexo, no entanto, os estudos demonstram que a abordagem Cognitivo-Comportamental se revela como a mais eficaz nestas perturbações.

DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Os transtornos depressivos são caracterizados por tristeza e irritabilidade suficientemente graves ou persistentes para interferir na atividade normal ou provocar um distúrbio considerável.

As crianças com depressão manifestam diferentes sintomas dependendo obviamente da idade. Quando são muito pequenas têm dificuldade em se expressar, no entanto, como revelam um comportamento choroso e/ou manifestam irritabilidades, tédio e queixas somáticas é possível identificar que algo não está bem.

 

ALGUNS SINAIS DE ALERTA:
  • Humor disfórico
  • Baixa auto-estima
  • Perturbação do sono
  • Isolamento ou menor participação nas relações com os pares
  • Mudança de atitude
  • Dificuldade em divertir-se
  • Recusa em ir à escola
  • Ansiedade de separação
  • Ideias supervalorizadas de culpa
  • Sentimento de rejeição
  • Alteração no rendimento escolar
  • Comportamento agressivo
  • Queixas somáticas
  • Anurese e encoprese
  • Alteração do apetite e de peso
  • Diminuição da sua energia
  • Fobias, e desejo ou fantasias de morte.

Estes sinais de alerta diferem de acordo com a criança e adolescente e com a idade deste. Deve-se ter em conta a duração dos sintomas bem como a gravidade e a sua implicação na vida quotidiana da criança e adolescente.

O diagnóstico de depressão é delicado, e é baseado nos critérios estipulados pelo Manual de Diagnóstico e estatística das Perturbações Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Exige a existência de pelo menos cinco dos sintomas durante o mesmo período de duas semanas, para se comprovar o quadro.

Um dos sintomas é o humor depressivo ou perda de prazer ou interesse. Outros sintomas, mencionados no documento, referem-se a perda ou aumento de peso; sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada; insónia ou hipersónia; agitação ou inibição psicomotora; diminuição da capacidade de pensamento ou concentração, ou indecisão; pensamentos recorrentes, ideação suicida; fadiga ou perda de energia.

Importa ter presente que as crianças estão em plena fase de desenvolvimento, e que a aplicação do diagnóstico pode ser mais complexa do que aparentemente se julga, uma vez que os sintomas podem ser confundidos apenas com timidez, mau humor, dificuldade de aprendizagem, tristeza ou até agressividade.

Perante o pedido de avaliação psicológica de crianças que são encaminhadas, pelo facto de apresentarem alguns sintomas de depressão, é tido em atenção num primeiro momento, a fase de desenvolvimento em que se encontram.

Na fase pré-verbal, a atenção espacial deverá ser relativamente a alguns aspetos essenciais, o choro frequente, a apatia, a postura corporal e a expressão facial.

Ao passo que na fase pré-escolar, o reparo será na irritabilidade, agitação, inquietação, falta de vontade de brincar, perda ou ganho de peso e queixas somáticas.

Na fase escolar, o cuidado dirige-se para a baixa auto estima, insegurança, tristeza, menor energia, isolamento, dificuldades de concentração e recusa em ir à escola.

Durante a avaliação e através da entrevista clínica, a criança na fase escolar, já é capaz de verbalizar o que sente. Habitualmente, utilizam frases do tipo “ninguém gosta de mim”, “ninguém quer brincar comigo”, “não sei fazer nada do que a professora pede” não sei brincar” “não sei ler” “não sei escrever” “não quero ir pra a escola” “a minha mãe gosta mais do meu irmão do que de mim”.

O tratamento precoce é essencial e pode evitar objetivamente, um prejuízo maior no funcionamento pessoal, social e escolar da criança.

A investigação sugere que a terapia cognitiva-comportamental na depressão leve e moderada é útil e eficaz. A terapia familiar é também uma abordagem a ser utilizada nesta problemática.

O objetivo da terapia é estimular a autoestima da criança, aumentar o seu ajustamento social, e diminuir deste modo, a sintomatologia depressiva.

Ansiedade social

Sentir ansiedade social em determinadas situações é “normal”, no entanto, chegam ao Gabinete adolescentes que experimentam uma ansiedade social tão elevada que os condiciona na escola, nomeadamente, nos resultados escolares e nas relações interpessoais, e provoca um sofrimento enorme.
Alguns relatos de adolescentes descritos nas consultas: “Não consigo iniciar uma conversa”, “Não tenho amigos”, “Não consigo ter uma namorada”, “Não consigo fazer apresentações na escola, fico em pânico”, “Não respondo às perguntas dos professores na sala de aula”, “Sou prejudicado nas notas”, “Fico muito vermelho quando falo com alguém”.
Na verdade, o comportamento é de grande ansiedade e de evitamento, e tem consequências claras a nível académico, social e ocupacional.
Procurar uma avaliação com um psicólogo clínico especialista e intervir com urgência é fundamental, de modo a que seja possível superar as limitações existentes na sua vida atual e futura.
A ansiedade social é provavelmente, de entre os problemas de ansiedade, o menos conhecido e o mais negligenciado.
Ansiedade social refere-se ao nervosismo ou desconforto em situações sociais, habitualmente devido ao medo que a pessoa tem de poder fazer alguma coisa que possa ser embaraçoso ou ridículo, ou na qual possa causar má impressão, ou que possa ser julgada, criticada ou avaliada negativamente por outras pessoas.
A ansiedade social está relacionada com diversos fatores que poderão incluir estilos e traços de personalidade (por exemplo, introversão, timidez ou perfeccionismo).
A ansiedade social pode fazer com que seja difícil estabelecerem e manterem relações saudáveis. Pode afetar todos os níveis de relacionamento, desde o relacionamento com estranhos e conhecidos casuais àqueles com a família e outros significativos.

Mutismo seletivo

Mutismo seletivo é uma perturbação da ansiedade infantil, caracterizada pela incapacidade da criança para falar em determinados contextos sociais, (como por exemplo a Escola).

Estas crianças compreendem a língua ou idioma utilizado na comunicação verbal, expressando-se com toda a normalidade nos contextos nos quais se percecionam como estando seguros e confortáveis.

De acordo com a Associação Norte Americana de Mutismo Seletivo, mais de 90% das crianças com Mutismo seletivo também sofrem de Fobia Social ou de Ansiedade Social.

O Mutismo Seletivo é caracterizado pela incapacidade persistente em falar em situações específicas apesar do discurso fluente ser possível noutras circunstâncias. Segundo alguns investigadores o Mutismo Seletivo é identificado entre os 6 e 8 anos, no entanto, surgem sintomas, aproximadamente, a partir dos 3 anos de idade e ocorrem com maior frequência em meninas do que em meninos.

As queixas acentuam-se sobretudo no final do Jardim de Infância e início do 1º Ciclo. É nesta idade mais precoce que as crianças são mais renitentes em relacionarem-se com pessoas estranhas e estabelecerem contacto.

Estas crianças mostram, geralmente, excessiva dependência, perfecionismo e rigidez, comportamento tímido ou retraído, e socialmente inseguro.

Evitam o olhar e comunicam, habitualmente, através de gestos, acenando a cabeça e apontando, ou permanecendo imóveis, até que se consiga “adivinhar” o que pretendem. Quando falam, o volume da sua voz é muito baixo, ou então, sussurraram ao ouvido. Procuram “fugir”, seriamente, a todas as situações sociais em que se sintam expostas, de modo a evitar momentos que impliquem ansiedade. Compreendem o idioma e têm a habilidade para falar normalmente.

Expressam com frequência um grande desejo para falar em todas as situações, mas são incapazes de o fazer, devido ao medo, timidez, ansiedade e embaraço.

Pode estar sempre calado na escola, por muito tempo, mas falar livremente ou excessivamente em casa.

Aprende aquilo que é considerado adequado para sua idade escolar. A maioria não é capaz de falar na escola, e também em outras situações longe do convívio familiar. Por vezes, não falam, inclusivamente, com determinadas pessoas do círculo familiar. Manifestam dificuldades nas situações onde se espera que falem, como um cumprimento, agradecimento ou despedida.

Procurar uma avaliação com Psicólogo Clínico especialista é essencial e, se necessário, deverá ponderar-se a abordagem farmacológica, na medida em que, pode auxiliar na diminuição dos seus níveis de ansiedade.

Não esquecer que a criança com Mutismo Seletivo, manifesta um medo excessivo, associado a um enorme sofrimento emocional, logo, necessita de receber um tratamento a tempo e eficaz.

Se não houver uma intervenção psicológica, urgente e eficiente, e se este comportamento persistir, poderá conduzir a situações como depressão, ideias suicidas, fobia social, adições, insucesso e abandono escolar, entre outros.

A investigação demonstra que a intervenção psicológica, que se apoia em técnicas cognitivo-comportamentais, é bastante útil e aconselhável.

A terapia familiar é, igualmente, uma abordagem profícua, quando a dinâmica familiar presente, tem um papel importante no desenvolvimento e perpetuação do Mutismo Seletivo.

Alguns estudos indicam que há benefícios no tratamento combinado, que inclua a abordagem farmacológica e a psicoterapia.

Um tratamento precoce que tenha como prioridade uma articulação favorável com a família e a escola é um excelente aliado do sucesso.

Medos e fobias

O medo faz parte do desenvolvimento de qualquer criança ou adolescente. É uma resposta emocional a um acontecimento, real ou imaginário, interpretado como ameaçador e traduz-se por um “estado de alerta”, que pode ser benéfico para agir em situações de perigo.

É considerado patológico quando se associa a ansiedade ou sensação intensa e duradoura de preocupação, influenciando as atividades diárias da criança ou adolescente.

Todas as crianças sentem medo, mas cerca de 10 a 30 % podem desenvolver este tipo de Perturbação.

A distinção entre medo “normal” e medo “patológico” é muito importante para evitar a sua interferência no desenvolvimento normal da criança e repercussões na vida adulta.

Geralmente o medo é passageiro e próprio da idade e vai desaparecendo, mas quando o medo se torna exagerado, excessivamente intenso, persistente e desproporcionado, resulta necessariamente em sofrimento para a criança.

E neste caso, estamos perante um quadro fóbico, em que a criança tem um medo persistente e irracional que a leva a evitar e também a suportar com enorme sofrimento determinadas situações, lugares, pessoas, animais e objetos que considera assustadores.

A fobia define-se como um medo patológico, especifico, intenso e desencadeado por uma situação que normalmente não apresentaria qualquer perigo.

Caracteriza-se por um aumento de ansiedade a limites que impedem a criança de funcionar “normalmente”, causando um sofrimento.

Os medos irracionais e desproporcionados da fobia são muitas vezes acompanhados de sintomas físicos, nomeadamente, dificuldade em respirar, palpitações, suores, vómitos, diarreias e dores de estômago, e também de sintomas cognitivos, como, preocupações excessivas e dificuldades de atenção e concentração. As alterações de humor, especialmente, comportamentos de irritabilidade, também, se verificam. Revelam, igualmente, variações no sono e pesadelos.

Se passar a existir um padrão que é persistente e muito intenso, há necessidade urgente de procurar um psicólogo especialista.

Se a criança não beneficiar de Intervenção Psicológica/ Psicoterapia a fobia continuará a afeta-la com consequências graves no seu processo de desenvolvimento, nomeadamente, na autonomia, independência, rendimento escolar e socialização.

 

É ACONSELHÁVEL PROCURAR AJUDA PSICOLOGICA, NAS SEGUINTES SITUAÇÕES:
  • Dificuldade em adotar as estratégias propostas;
  • Persistência da situação (duração superior a 6 meses);
  • Presença de sintomas perturbadores das funções biológicas, como alimentação e/ou sono;
  • Presença de sintomas invasivos do quotidiano da criança;
  • Presença de sintomas causadores de sofrimento intenso.
Fobia escolar

A fobia escolar pode ser definida como um medo intenso e persistente de ir à escola, e está relacionada com a ansiedade face ao desconhecido e, muitas vezes, com as mudanças de ciclo escolar.

 

AS CAUSAS DESSA FOBIA PODEM SER MÚLTIPLAS. POR EXEMPLO:
  • Rejeição de colegas de classe ou professores.
  • Dificuldades no desempenho escolar.
  • Mudanças frequentes na escola.
  • Conflitos em casa.
  • Doença e sintomas derivados.

Todas essas situações provocam na criança uma intensa resposta de ansiedade, acompanhada de alterações nos níveis motor, fisiológico e cognitivo.

A criança começa por recusar ir à escola, inventa vários motivos para não ir.

Num primeiro momento normalmente não é percetível que está com medo, e todo o mal-estar apresenta-se sob a forma de vómitos, dores de barriga, diarreias, náuseas e tonturas.

Os sintomas referidos intensificam-se à medida que se aproxima a hora de ir para a escola.

A fobia escolar não é preguiça nem tão pouco falta de vontade de ir para escola, como qualquer pai e mãe que conhece os seus filhos pode facilmente constatar se os observar com atenção. As crianças com fobia escolar apresentam, habitualmente, perturbação da ansiedade de separação.

Alguns sintomas manifestados na fobia escolar: dor de barriga, vómitos, diarreias e dores de cabeça (que se intensificam à medida que se aproxima a hora de ir para a escola); choro frequente; Suores frios ou tremores; medo de ficar sozinha; medos generalizados; dificuldade em enfrentar, entre outros.

O tratamento da criança com fobia escolar deverá contemplar a participação dos pais e da escola, será fundamental em todo o processo. Os seus pares podem ser um excelente recurso na integração da criança na escola. A articulação com todos os elementos que envolvem a criança é crucial para o sucesso da intervenção.

A criança deverá beneficiar de intervenção psicológica, se não acontecer, estaremos certamente, a condicionar a sua autonomia, independência, autoestima e competências sociais, e com consequências significativas para a sua vida futura.

Em Consulta Psicológica, é comum surgirem crianças com Fobia Escolar, que não foram diagnosticadas nem tão pouco acompanhadas durante longos períodos, e que a situação se agravou, desenvolvendo assim outros medos.

 

FOBIA ESCOLAR VS. ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

É muito importante, ao determinar se uma criança sofre de fobia escolar, diferenciá-la da ansiedade de separação.

A ansiedade de separação é entendida como o medo da criança de se separar das pessoas com quem tem um forte vínculo emocional, geralmente seus pais. Por exemplo, ao separar-se deles para ir à escola, fazer uma visita de estudo, dormir na casa de um amigo, etc.

Portanto, para diferenciar a ansiedade de separação da fobia escolar, devemos investigar o motivo pelo qual a criança não quer ir à escola. Se o foco do medo é a separação dos pais, devemos descartar a fobia.

 

SUPERAR A FOBIA ESCOLAR

Existem várias técnicas ou métodos para reduzir o grau de deficiência causado pela fobia e, finalmente, eliminá-la. Os mais eficazes baseiam-se na psicologia cognitivo-comportamental.

DIFICULDADES DE ADAPTAÇÃO ESCOLAR

A aproximação do final das férias, e o início das aulas está quase a chegar, os pais questionam se tudo correrá bem e mostram muitas vezes ansiedade.

Para que este período seja mais fácil de gerir é importante que os pais estejam bem esclarecidos e seguros quanto à metodologia utilizada na escola e quanto aos valores transmitidos pela mesma. Esta questão é pertinente na medida em que importa que vá de encontro ao que é vivenciado em casa.

Quer se trate de uma nova realidade ou transição, quer seja do jardim de infância para o 1º ciclo ou de transição de ciclos. As expectativas e desafios para a criança/adolescente e família são uma realidade.

É fundamental mostrar à criança que vai para a escola pela primeira vez, que é um espaço onde vai aprender, mas também brincar e muito.

Com os adolescentes, referir como é interessante aprender algo novo e que é bom estar novamente com os amigos.

Igualmente, essencial, será conversar com o professor ou professores da criança ou adolescente, manter-se próxima de outros pais de colegas e perguntar-lhe diariamente como se sentiu na escola, etc.

Se passadas algumas semanas do início das aulas, os pais verificarem dificuldades de adaptação da criança ou adolescente devem procurar um psicólogo especialista.
Importa realizar uma avaliação rigorosa à criança ou adolescente, seguida de intervenção.

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

O transtorno de ansiedade de separação envolve ansiedade persistente e intensa sobre se estar longe de casa ou separado das principais figuras de vinculação, geralmente os pais. Ocorre na infância, com maior frequência em crianças entre os cinco e os 12 anos.

A ansiedade de separação acontece mais frequentemente quando os pais vão levar a criança à escola ou na hora de deitar, contudo, noutras situações também sucede, nomeadamente, quando fica em casa de um familiar ou numa festa de aniversário de algum amigo.

 

OS SINAIS DE ALERTA DA PERTURBAÇÃO DA ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO?

As crianças que podem estar a vivenciar este transtorno manifestar alguns dos seguintes sinais durante pelo menos 1 mês:

  • Um mal-estar excessivo quando antecipam ou ocorre a separação de casa ou de figuras de maior vinculação;
  • Preocupação excessiva pela possível perda das principais figuras de vinculação ou por possíveis males que possam acontecer a essas pessoas;
  • Preocupação excessiva com a possibilidade de que um acontecimento adverso possa levar à separação de uma importante figura de vinculação;
  • Resistência persistente ou recusa em ir à escola ou a outro local por medo da separação;
  • Resistência ou medo persistente e excessivo em estar em casa sozinho ou sem as principais figuras de vinculação, ou noutros locais, sem adultos significativos;
  • Recusa em adormecer sem estar próximo de uma importante figura de apego ou em adormecer fora de casa;
  • Pesadelos repetidos que envolvem o tema da separação;
  • Queixas repetidas de sintomas físicos (como dores de cabeça, dores de estômago, náuseas, vómitos) quando ocorre ou se antecipa a separação em relação a figuras importantes a quem está muito ligado.

Se persistam os sintomas, é essencial uma avaliação e intervenção de um psicólogo clínico especialista.

ENURESE E ENCOPRESE

A Enurese e a Encoprese é uma perturbação da eliminação que consiste na falta de controlo sistemático da urina ou dos esfíncteres, em locais inapropriados e após a idade em que seria expectável que o mesmo já existisse.

Desde que nasce até cerca dos 12 meses, a criança apresenta mecanismos de expulsão esfincteriana automática; até aos 2 anos assiste-se a uma inibição gradual que tende a ser, até aos 3 anos totalmente conseguida.

 

ENURESE

Entende-se por enurese o ato de urinar de uma forma não controlada após a idade de maturação fisiológica, geralmente adquirida entre os 3 e os 4 anos, sendo a enurese noturna a mais frequente. Podem existir ainda casos de enurese diurna, associada a micções impossíveis de controlar ou uma versão mista. É um sintoma relativamente frequente que atinge cerca de 10-15% das crianças, com maior predominância os rapazes.

Para o surgimento deste sintoma podem contribuir fatores relacionados com as inter-relações familiares e/ou com o próprio desenvolvimento psicoafectivo da criança.

Sem que tenham sido evidenciadas transmissões genéticas precisas, questões hereditárias podem contribuir para a relativa frequência de enurese familiar.

Contudo, os fatores psicológicos são, sem dúvida aqueles que mais parecem contribuir para a enurese. Esta tem tendência para coincidir com episódios marcantes da vida das crianças (separação familiar, nascimento de um irmão, entrada na escola...). O facto da família, por um lado, exercer grande pressão para que o controlo dos esfíncteres de dê ou, por outro, apresentar comportamentos de culpa ou vergonha podem contribuir para que a enurese se prolongue.

 

ENCOPRESE

A encoprese na falta de controlo sistemático dos esfíncteres.

Pode ser primária (se nunca ocorreu o controlo) ou secundária (após uma fase de contenção). É mais frequente a encoprese secundária diurna que pode ocorrer em crianças por volta dos 7/8 anos de idade.

A enurese e a encoprese podem ocorrer simultaneamente ou suceder-se uma à outra.

A nível do comportamento, algumas crianças isolam-se e são absorvidas por uma atividade não muito distinta de quando vão à casa de banho. Outras expulsam as fezes sem interromper as suas atividades presentes, outras deixam escapá-las a caminho para a casa-de-banho.

A criança pode parecer indiferente ao seu sintoma, apenas do cheiro que incomoda alerta os outros que a rodeiam. Por vezes apresenta comportamentos de dissimulação ou acumulação (esconde as roupas sujas em gavetas ou armários), acompanhados de sentimentos de vergonha.

Os fatores relacionais e psicológicos, ainda mais do que na enurese, encontram-se em primeiro plano para a explicação do sintoma.

A criança não tem qualquer culpa e nesse sentido não deve ser punida ou castigada.

Importa que os pais descartem inicialmente motivos orgânicos, procurando um pediatra, e de seguida um psicólogo clínico que realize uma avaliação psicológica rigorosa e intervenha com a criança e família, de modo a que se possa desenvolver de forma saudável.

PERTURBAÇÕES DO SONO

Muitas crianças têm problemas com o sono e esta percentagem aumenta nas crianças mais pequenas. A perturbação mais comum é a insónia comportamental com resistência em ir para a cama e/ou dificuldade em adormecer, muitas vezes, associadas a despertares frequentes e tempo de sono insuficiente.

As perturbações do sono têm consequências tanto no ajustamento emocional e social, como no desempenho escolar pelo que é importante que os pais entendam como funciona o sono e de que forma as perturbações nos padrões normais do sono podem afetar crianças e adolescentes.

Os efeitos da privação de sono nas crianças são bem conhecidos, manifestando-se por irritabilidade (mais birras, por exemplo), falta de concentração, dificuldades escolares, comportamento hiperativo ou, pelo contrário, sonolência diurna, entre outros.

 

TIPOS DE PERTURBAÇÕES DE SONO

Terrores noturnos
Os terrores noturnos prendem-se com uma excitação súbita associada a explosões emocionais, tais como o medo e a atividade motora. São mais frequentes na faixa etária entre os 4 e os 8 anos, acontecem na fase de sono não REM e a criança não tem memória dos terrores noturnos quando acorda.

Sonambulismo
O sonambulismo é mais comum entre os 8 e os 12 anos de idade. Normalmente, a criança senta-se na cama com os olhos abertos, mas sem ver, anda pela casa, pode ter um discurso impercetível e rabugento. Esta perturbação tende a ser superada na adolescência.

Enurese Noturna
Este tipo de incontinência urinária é um problema do sono comum em crianças entre os 6 e os 12 anos, ocorrendo apenas durante o sono não REM. A enurese primária pode estar associada a heranças familiares, atraso no desenvolvimento ou a uma menor capacidade da bexiga. A enurese secundária está normalmente associada a causas do foro emocional.

Ansiedade
A ansiedade para adormecer deve-se aos medos ou preocupações excessivas. O problema pode ser causado por stress, trauma ou ruminação das questões comuns do dia-a-dia. Este tipo de problemática é mais comum nas crianças em idade escolar.

Apneia
Embora seja mais comum em adultos, também existem crianças com dificuldades de respiração devido à passagem do ar estar obstruída. Os sintomas incluem o ressonar, dificuldade para respirar durante o sono, respiração bucal durante o sono ou sonolência excessiva diurna.

Narcolepsia
É uma perturbação rara de base neurológica genética que pode incluir ataques de sono, o início da paralisia do sono ou alucinações do sono. Pode surgir pela primeira vez na adolescência.

Síndrome de fase de sono retardada
Perturbação do ritmo de sono, com uma incapacidade em dormir num horário normal (o início do sono pode ser adiado de 2 a 4 horas), com consequente dificuldade em despertar de manhã. Os sintomas nas crianças incluem sonolência diurna excessiva, dormir até tarde nos finais de semana e mau desempenho escolar.

É essencial a procura de um psicólogo clínico que realize uma avaliação psicológica rigorosa e intervenha com a criança e família, de forma a que as dificuldades manifestadas sejam rapidamente ultrapassadas.

DIVÓRCIO E MEDIAÇÃO FAMILIAR

A forma como se lida com o divorcio, em sempre é fácil de gerir com os filhos, a exposição a episódios conflituosos, responsabilidades parentais, partilha de bens, custodia de filho(s), entre outas situações entre os pais pode desencadear sintomas que variam conforme a idade da criança. Os sintomas apresentados variam dependendo da sua idade.

Algumas apresentam comportamentos de regressão, depois que um dos pais sair de casa, outras enurese noturna, irritabilidade, exigência, dependência repentina do adulto, medos e a transtornos ao nível do sono, entre outras.

Cada vez mais observamos separações e divórcios, e a procura de acompanhamento psicológico para estas situações tem vindo igualmente a crescer. São inúmeras as solicitações de aconselhamento e acompanhamento.

Verifico que as famílias têm uma imensa necessidade de apoio e sobretudo de informação, sobre práticas parentais adequadas, para lidar com todo o processo de pré e pós divórcio.

O divórcio ou separação não tem que, necessariamente, constituir um fator desestabilizador para as crianças. O modo como os pais gerem e conduzem todo o processo, condicionará certamente o seu bem-estar físico, psicológico e cognitivo.

Procurar um Psicólogo Clínico que dê resposta às necessidades da criança e da sua família é essencial.

ACONSELHAMENTO PARENTAL

O aconselhamento parental é uma estratégia de apoio para que os pais e as mães (e outros parentes responsáveis pela educação de uma criança ou adolescente) exerçam de modo consciente as suas práticas educativas.

A educação de uma criança é um desafio, e por vezes, tudo parece correr bem mas existem alguns momentos em que as dúvidas surgem: O que o(a) meu (minha) filho (a) necessita agora? Será adequado tomar que atitude nas várias circunstâncias de vida? Estarei a deixá-lo (a) crescer com equilíbrio psicológico?

Todos preferem ter relações saudáveis, pais, mães, filhos (as) mas nem sempre é fácil a comunicação entre os (as) intervenientes. Quando esta é consistente, segura, firme e afetiva clarifica regras e limites, promove relações saudáveis com o (a) próprio (a) e com os outros.

O aconselhamento parental pode ser de extrema utilidade para que as famílias se sintam mais seguras das suas dinâmicas. Pretende-se aconselhar e orientar os pais na desafiante tarefa de educar os seus filhos.

Chegam à consulta pais que, na verdade, estão a deparar-se com dificuldades distintas, designadamente, em estabelecer regras, separação dos pais, depressão, fobia escolar, ansiedade à escola ou aos testes; desmotivação relativamente à escola e aprendizagens, fobia social, medos por parte dos filhos, hiperatividade e défice de atenção, dificuldades de aprendizagem (dislexia, disortografia, discalculia, entre outras).

O essencial neste acompanhamento será dotar os pais de estratégias ou ferramentas que respondam eficazmente as suas necessidades e às dos seus filhos.

ANSIEDADE AOS TESTES

A ansiedade aos testes/exames está cada vez mais presente na vida das crianças e adolescentes, e cada vez mais chegam à consulta casos com níveis elevados de ansiedade. A ansiedade excessiva tem repercussões e manifesta-se a nível físico, cognitivo e comportamental.

A redução da ansiedade é muito importante o treino de competências em várias áreas onde o aluno é pouco eficaz, nomeadamente o treino de competências de estudo e de preparação e execução eficaz dos testes.

Na maior parte das situações observamos sintomas extremamente intensos que condicionam seriamente a preparação do estudo, assim como a própria realização dos testes ou exames.

Ainda que a criança ou adolescente esteja efetivamente preparada (conhecimento da matéria) para a realização do teste ou exame, o seu resultado é bastante abaixo do que seria de esperar, comprometendo o seu sucesso escolar.

As crianças e adolescentes referem, geralmente, como motivos para os baixos resultados das avaliações, os esquecimentos e as dificuldades em gerir o tempo.

Na consulta de psicologia, é possível encontrar as estratégias e ferramentas adequadas para a gestão da ansiedade e promover um percurso escolar mais satisfatório.

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM (DISLEXIA, DISORTOGRAFIA, DISCALCULIA, ENTRE OUTRAS)

As Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAE) são resultado de um problema intrínseco, de origem neurológica, que subsiste ao longo da vida e caraterizam-se por uma perturbação nos processos psicológicos envolvidos em áreas particulares como a leitura, a escrita, a caligrafia ou o cálculo matemático, interferindo de modo significativo em atividades quotidianas que envolvam estas componentes.

 

DESTACAMOS AS SEGUINTES ÁREAS PARTICULARES:
  • Dislexia: caracteriza-se por dificuldades no processamento fonológico com repercussões na aprendizagem da leitura, apesar da capacidade cognitiva preservada.
  • Disortografia: caracteriza-se por défices nas aptidões da escrita, que se traduz na dificuldade em compor textos escritos e na presença de múltiplos erros ortográficos.
  • Disgrafia: caracteriza-se por problemas funcionais no ato motor da escrita (e.g. caligrafia irregular, dificuldades na motricidade fina).
  • Discalculia: caracteriza-se por um comprometimento significativo das competências aritméticas, apesar de um adequado funcionamento intelectual.

 

As várias investigações realizadas nesta área, têm vindo a demonstrar que as dificuldades de aprendizagem para além de prejudicarem o desempenho escolar estão associadas também a problemas psicológicos (e.g. depressão, ansiedade, desmotivação, baixa-auto-estima).

 

ALGUNS SINAIS A ESTAR ATENTOS:

(Pré-escola) - Dispersão; fraco desenvolvimento da atenção; atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem; fraco desenvolvimento da coordenação motora; falta de interesse por livros; dificuldade em aprender rimas e canções.

(1.ºCiclo) - Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita; vocabulário pobre; desatenção e dispersão; dificuldade em copiar texto de livros; dificuldade na coordenação motora fina, nomeadamente, com letras e desenhos; pobre conhecimento de rimas; perda de pertences; dificuldade e confusão em indicar esquerda e direita; dificuldade no manuseamento de mapas, dicionários, etc.

Em Consulta, nomeadamente na 1ª consulta, todas as queixas, dúvidas e sintomas que a criança manifesta, devem ser apresentados, assim como exames e relatórios médicos e relatórios escolares de modo a ser possível uma avaliação rigorosa da problemática.

No final da avaliação, se concluirmos que existe um diagnóstico DAE, é redigido um relatório como toda a informação necessária, podendo ser entregue na escola pelos pais. Posteriormente, se a escola assim o decidir, poderá ser avaliada pela equipa de ensino especial e analisada a sua integração no Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, que estabelece os princípios e as normas que garantem a inclusão, enquanto processo que visa responder à diversidade das necessidades e potencialidades de todos e de cada um dos alunos, através do aumento da participação nos processos de aprendizagem e na vida da comunidade educativa.

O diagnóstico dos transtornos de aprendizagem é clínico e baseia-se nos critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5), e exige evidências de que pelo menos um dos seguintes esteve presente por ≥ 6 meses:

  • Leitura de palavras imprecisa, lenta e/ou que requer esforço
  • Dificuldade para compreender o significado do material escrito
  • Dificuldade de grafia
  • Dificuldade para escrever (p. ex., vários erros gramaticais e de pontuação; ideias não expressas claramente)
  • Dificuldade para dominar o sentido numérico (p. ex., compreender a magnitude relativa e relacionamento dos números; em crianças maiores, dificuldade de fazer cálculos simples)
  • Dificuldade de raciocinar matematicamente (p. ex., usar conceitos matemáticos para resolver problemas)

As habilidades devem estar substancialmente abaixo do nível esperado para a idade da criança e também prejudicar significativamente o desempenho na escola ou nas atividades diárias.

Realiza-se um trabalho com a família e de articulação com a escola, designadamente, com os educadores, professores e, também, com outros técnicos de saúde que acompanham a criança.

Perante o diagnóstico de DAE, existe a necessidade de intervenção psicológica, sobretudo, ao nível da autoestima, confiança e segurança.

A reeducação dos processos de leitura e escrita, nomeadamente, com estratégias úteis e eficazes adequadas ao perfil intelectual da criança, assim como às suas dificuldades é fundamental.

Os programas de intervenção são delineados tendo por base um plano de trabalho estruturado em função das necessidades individuais de cada criança ou jovem, da sua família e contexto escolar e social.

DÉFICE COGNITIVO

A designação Défice Cognitivo (DC) aplica-se a crianças mais velhas e pressupõe uma perturbação do funcionamento intelectual suscetível de perturbar o desempenho
O Atraso global de desenvolvimento (AGD) aplica-se a crianças nos primeiros anos de vida com desempenho subnormal em dois ou mais domínios do desenvolvimento (motricidade fina e grosseira, linguagem, interação social).

É fundamental uma avaliação rigorosa, inicialmente através de entrevista clínica com a criança e com os pais, e de seguida com a aplicação de testes, nomeadamente, escalas de inteligência e outros instrumentos que nos permitem aferir a sua capacidade intelectual.

As entrevistas, assim como os instrumentos utilizados fornecem informação sobre o seu desempenho em várias áreas e também indicações de como melhor atuar, nomeadamente, com a família e junto da escola.

Perante resultados que sugerem estarmos na presença de uma criança com necessidades educativas especiais, é redigido um relatório como toda a informação necessária, podendo ser entregue na escola pelos pais. Posteriormente, se a escola assim o decidir, poderá ser avaliada pela equipa de ensino especial e analisada a sua integração no Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, que estabelece os princípios e as normas que garantem a educação inclusiva, enquanto processo que visa responder à diversidade das necessidades e potencialidades de todos e de cada um dos alunos, através do aumento da participação nos processos de aprendizagem e na vida da comunidade educativa.

Realiza-se um trabalho de articulação com a escola, designadamente, com os educadores, professores e, também, com técnicos de saúde que acompanham a criança.

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E PROFISSIONAL

A Orientação Vocacional e Profissional são um procedimento científico que consiste numa ajuda especializada na construção e implementação do projeto escolar e profissional do jovem a fim de facultar uma tomada de decisão realista e consistente com o seu projeto de vida. Ambas as orientações podem ser perspetivadas como medidas preventivas, tendo em conta que auxilia o jovem no processo de maturação relativamente à sua escolha, o que trará mais consciência e satisfação face às decisões tomadas.

A Orientação Vocacional procura conhecer as preocupações, confusões e/ou inseguranças sentidas pelos jovens relativamente ao seu futuro e ajudá-los a encontrar o seu caminho.

A escolha da área, curso ou profissão a seguir são encarados como as primeiras grandes decisões que têm de tomar e, por isso, são muitas vezes vivenciadas com ansiedade, frustração e medo de falhar. Aqui reside a importância da Orientação Vocacional para a realização de um percurso saudável e bem-sucedido.

 

A QUEM SE DESTINA?

Orientação Vocacional – estudantes do 9º ano
Desde cedo que os jovens têm de tomar decisões sobre o seu percurso académico. A pressão social, o mal-estar psicológico associado a escolhas desadequadas, a complexidade do sistema educativo e sua articulação com o mundo do trabalho, bem como os custos associados ao ensino, são algumas das razões que justificam este tipo de orientação.
A Orientação Vocacional tem como objetivo principal ajudar o jovem no processo de tomada de decisão, promovendo o conhecimento sobre si próprio, da sua maturidade e informação escolar e profissional que possa sustentar a sua decisão.

Orientação Profissional – estudantes do 10º ao 12º ano, estudantes do Ensino Superior, CETS, entre outros
No mercado de trabalho competitivo atual e, com uma diversidade de profissões cada vez maior, torna mais difícil a decisão, por parte de um jovem, a escolha do seu percurso.

A Orientação Profissional tem como objetivo principal ajudar o jovem a solucionar as dificuldades que ocorrem na escolha da sua profissão. Um maior conhecimento sobre si mesmo e sobre as universidades, cursos oferecidos, especificidades inerentes a cada profissão e sobre o mercado de trabalho fará a diferença.

A Consulta de Orientação Vocacional presta um apoio individualizado aos jovens e estará, também, sempre disponível para ouvir e informar os encarregados de educação, uma vez que estes são fortes apoios nas fases de mudança e transição.

Nas sessões são propostas várias atividades que visam o autoconhecimento, explorar as opções e oportunidades existentes (escolares, académicas e profissionais) mais ajustadas ao perfil do jovem, adquirir perceção das competências pessoais que podem interferir na escolha e prever/diminuir o efeito de possíveis obstáculos que venham a surgir.

Um processo de Orientação Vocacional ajusta-se a cada jovem e às suas necessidades, pelo que a sua duração não é fixa e sempre igual. No entanto, em condições normais terá uma duração compreendida entre 6 a 8 sessões de 60 a 90 minutos cada.

Será importante referir que a decisão/escolha final será sempre efetuada pelo jovem com base na orientação que obteve.

Depressão

A depressão é uma perturbação mental que nos últimos anos tem vindo a ser uma das problemáticas mais recorrentes. Existem diferentes tipos de depressão.

Por vezes, a sintomatologia pode passar despercebida, devido à falta de conhecimento e/ ou reconhecimento por parte do paciente sobre a problemática em questão. Outra das razões, pode ser devido aos sintomas serem atribuídos a variadas outras causas como, por exemplo doenças físicas, stress, etc.

A depressão é uma perturbação que necessita de ajuda especializada, pois requer um tratamento, por esse mesmo motivo é importância procurar ajuda especializada o mais precocemente possível.

 

Na minha prática clínica, atendo diariamente pessoas que se sentem deprimidas há bastante tempo.

A depressão não deve ser confundida com tristeza, apesar de um dos sintomas mais recorrentes ser esse. Para que fique mais claro, geralmente, a tristeza surge como reação a um determinado acontecimento e é temporária, enquanto que na depressão o sintoma persiste se não houver tratamento, causando sofrimento e interferindo nos diferentes contextos da vida.

Os principais sintomas de depressão são: a tristeza persistente, humor depressivo, angústia e ansiedade, sentimentos de desespero, culpa, inutilidade, pessimismo ou desespero, irritabilidade fácil, perda de interesse em atividades diárias ou prazer pela vida.

Pode levar a uma diminuição de energia ou fadiga, agitação ou lentidão psicomotora, baixa autoestima, dificuldade de concentração, memória e/ou tomada de decisão, dores de cabeça, cólicas ou problemas digestivos sem uma causa física aparente.

Alteração nos padrões de sono, como insónia ou hipersónia, alteração de apetite e/ou peso, pensamentos de morte ou suicídio (que pode levar, por vezes, à tentativa de realizar a ação).

 

O primeiro passo deve ser informar-se sobre o que é a depressão, marcando uma consulta com um especialista em saúde mental, nomeadamente, um psicólogo ou psiquiatra (as duas especialidades poderão complementar-se no tratamento da depressão).

É extremamente importa que a pessoa obtenha um conhecimento claro do que caracteriza a depressão e como lidar com a mesma, reconhecendo mais facilmente os sinais, sintomas e causas, e também, os tratamentos eficazes.

A depressão é, de facto, uma perturbação complexa, no entanto, a minha prática clínica mostra que os tratamentos através de psicoterapia têm resultados bastante positivos.

Ansiedade

Perturbação da Ansiedade é caracterizada por um sentimento de tensão, medo e/ou preocupação excessivas recorrente. O sujeito não controla estes sentimentos, sendo que os mesmo aparecem em várias situações da vida diária.

É importante referir que a ansiedade é um estado mental e emocional normal e útil ao ser humano, mas quando sentida sem uma razão aparente, ou de uma forma excessiva e continuada, torna-se num problema de saúde, ou seja, numa doença do foro psicológica. A ansiedade enquanto perturbação psicológica torna-se extremamente incapacitante e limitadora.

Na minha prática clínica, alguns sintomas ou queixas mostram-se mais comuns, nomeadamente, agitação, irritabilidade, intolerância, fadiga fácil, dificuldades de concentração, sono perturbado e tensão muscular, batimento cardíaco acelerado, pressão no peito, dificuldade em respirar, suores frios, tremores e dores físicas.

 

A ansiedade pode condicionar a sua vida pessoal, relações sociais e atividade profissional. Ataques de pânico, depressão, e ainda outras problemáticas pode associar-se à perturbação de ansiedade.

Relativamente às causas, ao longo da nossa vida vivemos experiências negativas que se tornam traumáticas e perturbadoras – essas experiências irão condicionar a forma como nos sentimos e agimos e no futuro serão a origem de estados ansiosos. A infância é o período onde ocorre grande parte dos eventos traumáticos, que no futuro irão potenciar estados ansiosos. Também as diferentes pressões a que somos submetidos diariamente a nível profissional, social, financeiro e familiar, fazem-nos sentir medo de falhar, o que por si só, gera estados de ansiedade que nos condicionam e nos fazem sofrer.

 

avaliação deverá ser rigorosa e realizada por um psicólogo especialista ou psiquiatra, de modo que seja possível definir um plano de intervenção adequado às dificuldades reveladas.

Importa referir também que esta perturbação de ansiedade, quando não tratada devidamente pode desencadear outros transtornos de saúde mental.

Fobias

fobia específica caracteriza-se por uma reação de medo persistente relativamente a um objeto ou situação que representa perigo, ou ameaça.

Podem existir diversos tipos de fobias específicas com animais, alturas, tempestades, sangue ou injeções, aviões, elevadores, espaços fechados.

Podemos dividir as fobias em fobias simples ou fobias de processo. As fobias simples designadas por medo de objetos e situações em que a pessoa é confrontada, um exemplo é o comum medo de aranhas. O medo é geralmente desencadeado por uma série de circunstâncias não planeadas. Já as fobias de processo são definidas como medos excessivos de situações ou procedimentos onde a pessoa participa ativamente (exemplos disso são a fobia de aviões).

Fobia Social é também recorrente em diversas pessoas, e é caracterizada essencialmente pelo medo ou ansiedade, acentuado e persistente de situações sociais, de ser observado, e provoca um enorme sofrimento e perda de oportunidades pessoais, sociais e profissionais nos sujeitos que vivem com esta condição. A exposição a situações sociais ou de desempenho pode levar o indivíduo, na maior parte das vezes a sentir uma resposta imediata de ansiedade. Pode, inclusivamente, assumir a forma de um ataque de pânico situacional.

Pessoas diagnósticadas com fobia social, na sua maioria tem medo de mostrar sintomas de ansiedade e serem avaliadas negativamente. Apresentam hipersensibilidade a críticas, e avaliação bastante negativa a respeito de si mesmas, sentimentos de inferioridade e dificuldade em apresentar comportamentos assertivos. As situações sociais são enfrentadas e evitadas por medo e devido ao sentimento de ansiedade intensa.

Os sintomas mais comuns podem incluir, dificuldade em respirar, ritmo cardíaco acelerado, tonturas, sensação de desmaio, tensão muscular, dificuldade em falar (gaguez), boca seca, pernas trémulas, visão turva, vómitos, timidez excessiva, baixa autoestima, etc.

Como se sentem bastante inseguros e ansiosos com o medo da avaliação, do julgamento e de causar uma impressão negativa, os sentimentos de embaraço e humilhação são constantes.

No que diz respeito aos relacionamentos com familiares, amigos, conhecidos, colegas de trabalho, coordenadores, chefes, estranhos, entre outros, estes são normalmente bastante condicionados.

As fobias no geral têm repercussões significativas nas rotinas diárias como, por exemplo influencia na escolha de uma profissão ou emprego, e condiciona relações profissionais, atividades sociais, funcionamento ocupacional ou escolar.

avaliação psicológica deve ser realizada por um psicólogo que irá considerar todos os sintomas emocionais, comportamentais, cognitivos e fisiológicos manifestados. A atenção inicial incidir sobre a gravidade e o grau de incapacidade nas atividades diárias, relações pessoais e sociais, de trabalho e desempenho.

Perturbações obsesivo-compulsivas

O comportamento obsessivo caracteriza-se por pensamentos, impulsos ou imagens, que estão presentes de forma recorrentes e persistentes no quotidiano, durante algum período. Estes pensamentos são intrusivos e inapropriados, e provocam ansiedade ou mal-estar intenso.

Muitos dos sujeitos tenta ignorar os pensamentos, imagens ou impulsos como forma de estratégia, no entanto, por vezes não conseguem.

As compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais, realizados com o objetivo de reduzir o mal-estar implicado nos sentimentos, pensamentos e ideias desagradáveis que estão envolvidos nas obsessões.

Exemplos frequentes de compulsões são os comportamentos repetidos (exemplo: lavar as mãos repetidas vezes, verificação constante e ordenação/organização) ou atos mentais (exemplo: rezar, repetir palavras silenciosamente).

Estes comportamentos são adotados como forma de reduzir/prevenir acontecimentos e situações que serão de alguma forma desconfortáveis e causem timidez ou como forma de reduzir a ansiedade.

Nestes casos é importante um tratamento, com um psicólogo clínico especialista ou psiquiatra, de forma a minimizar em muito o prejuízo causado pela perturbação, que prejudica os relacionamentos interpessoais, assim como o seu desempenho no local de trabalho.

Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem considerada pela investigação bastante eficaz para o seu tratamento.

Perturbações de personalidade

A perturbação de personalidade pode ser definida como um conjunto de traços de personalidade que podem tornar-se desadaptativos e o sujeito começa a sentir que estes afetam negativamente no seu dia a dia, devido às consequências negativas que os seus comportamentos causam.

Não existe propriamente uma estrutura de personalidade “melhor” ou “pior”, funcional ou disfuncional.

É importa avaliar, se os traços de personalidade condicionam ou não a sua vida, pois existe um vasto conjunto de causas.

O tratamento pode ser mais fácil em algumas perturbações do que em outras.

Exemplos de perturbações de personalidade são a personalidade paranóide, esquizoide, esquizotípica, borderline, neurótica, psicótica, narcísica, histriónica, evitante, dependente, entre outras.

É importante a procura de um especialista da área de saúde mental psicólogo clínico ou psiquiatra, para que seja possível uma avaliação e recomendação de tratamento mais adequado.

Ataques de pânico

Os ataques de pânico definem-se com um sentimento de angústia, medo extremo e ansiedade que ocorrem durante um período breve de tempo. Normalmente tem um início súbito e pode acompanhar-se por sintomas físicos e/ou emocionais.

A síndrome do pânico caracteriza-se por ataques de pânico recorrentes que por norma são causados por preocupação excessiva de voltar a ter ataques de pânico e/ ou modificar os comportamentos para evitar que a situação aconteça.

Os ataques de pânico podem estar ligados à perturbação de ansiedade ou depressão.

Sintomas mais recorrentes são dores ou desconforto no tórax, sensação de engasgo, vertigens, instabilidade postural ou desmaios, medo de morrer, medo de enlouquecer ou de perder o controle, sensações de irrealidade, estranhamento ou distanciamento do meio em que vive, agitação ou arrepios, náuseas, dores gástricas ou diarreia, sensação de dormência ou formigueiro, palpitações ou frequência cardíaca acelerada, falta de ar ou sensação de asfixia, tremores ou espasmos, entre outros.

Ataques de pânico revelam-se na maior parte das vezes, inesperados e recorrentes.

Relativamente ao tratamento a terapia cognitivo-comportamental ou psicoterapia de apoio, têm demonstrado resultados eficazes.

Na minha prática clínica, os sintomas mais recorrentes são as palpitações, suores, tremores, sensação de asfixia, náuseas, tonturas, falta de ar, sensação de frio ou calor, formigueiros, medo de perder o controlo, medo de morrer, despersonalização (desligar-se de si próprio), desrealização (sensação de irrealidade).

avaliação deverá ser rigorosa e realizada em consulta por um psicólogo especialista ou psiquiatra, de modo a definir um plano de intervenção adequado às dificuldades reveladas.

Stress pós-traumático

Perturbação de Stress Pós-Traumático caracteriza-se por pensamentos intrusivos ou reações disfuncionais intensas e desagradáveis, pesadelos ou flashbacks de episódios traumáticos ocorridos no passado.

Alguns sujeitos evitam estímulos que desencadeiem as memórias associadas ao evento traumático. Muitas vezes são sujeitos em constante estado de hipervigilância e podem ocorrer alterações do sono.

A perturbação causa sofrimento intenso e limitações nas relações interpessoais e na atividade profissional.

Situações traumáticas: assalto, violação, abuso, guerra, tortura, incêndios, tempestades, terramotos, inundações, acidentes de automóvel e de trabalho.

Em relação ao tratamento (normalmente psicoterapia cognitivo-comportamental) após uma avaliação de um psicólogo especializado, é possível minimizar, significativamente, a perturbação.

Distúrbios Alimentares

Os distúrbios alimentares podem ser considerados um conjunto de perturbações que têm em comum a situação de preocupação exagerada com o peso corporal. Esta preocupação constante leva a pessoa a adotar comportamentos fora do normal como estratégia de controlo, que são nocivos para a saúde.

Envolve não só comportamentos como emoções e atitudes excessivas em tudo o que se refere à comida, ao peso e a imagem pessoal. Deste modo, são então consideradas perturbações emocionais e físicas que colocam a própria vida em risco.

Embora existam vários sinais físicos e comportamentais associadas aos sintomas as pessoas à volta não se conseguem aperceber de forma clara, devido às estratégias adotadas pelos pacientes.

As perturbações alimentares mais comuns são a bulimia, a anorexia e a obesidade.

Relativamente à Anorexia, esta caracteriza-se pelo paciente não conseguir olhar para o próprio corpo da forma adequada, mas de forma distorcida da realidade (geralmente, veem-se a cima do peso).

Alguns sinais/sintomas de alerta a nível corporal e comportamental são a perda de peso drástica (podem torna-se intolerante ao frio, devido à perda gordura corporal), elevado medo engordar intenso, negam ter algum tipo de problema quando são questionados, restrição da alimentação, obsessão com as calorias e gorduras, recusam-se a comer perto de outras pessoas, podem também deixar de comer, prática excessiva de exercício físico.

Outros sintomas recorrentes são a nível emocional, tal como, estados depressivos (tristeza e/ou apatia), solidão (evita amigos e familiares), e os períodos menstruais tornam-se irregulares ou mesmo inexistentes no caso das mulheres.

Bulimia nervosa é uma perturbação que se caracteriza pelo consumo rápido, excessivo e repetitivo de alimentos de forma exagerada, seguidos de comportamentos compensatórios desadequados, devido ao sentimento de culpa que sentem pelo excesso de consumo alimentar (exemplos: praticar exercício, fazer jejum... ).

Alguns sinais recorrentes são o medo de engordar, mentir sobre os alimentos que ingerem, comer compulsivamente em segredo, demonstrar uma preocupação profunda em relação ao peso, esconder-se em roupas largas e soltas.

Como estratégia compensatória do excessivo consumo de alimentos utilizam de forma escondida laxantes e diuréticos, induzem o vómito em segredo (deixam a água da torneira ou duche a correr na casa de banho para disfarçar), exercícios físicos excessivos.

Os pacientes com bulimia conseguem perder peso mesmo tendo episódios de alimentação compulsiva que não conseguem controlar (comem em pouco tempo vários pacotes de bolachas, chocolates, etc.).

A obesidade é uma doença crónica, caracterizada acumular de excesso de gordura corporal, que pode levar ao aparecimento de outros problemas de saúde.

 

Os principais sintomas da obesidade são o excesso de peso, dificuldades respiratórias, dores no corpo, dificuldade para fazer esforços ou caminhadas, dermatites e infeções fúngicas, manchas escuras na pele, impotência e infertilidade, apneia do sono e ressonar noturno, varizes e úlceras venosas, ansiedade e depressão.

 

Na minha prática clínica, sempre que se questiona o seu transtorno e a sua resistência à mudança, pessoas com Anorexia e Bulimia enunciam sem qualquer dificuldade vários motivos que sustentam o seu comportamento alimentar, nomeadamente, “Gosto de como me sinto quando estou magra”, “sinto-me mais enquadrada na sociedade”, “gosto da atenção que recebo”; “gosto das roupas que já posso usar”, “fico mais bonita”, “sinto nojo de ter gordura no meu corpo”, “quando estou magra, percebo melhor as coisas”, “a minha família e o meu médico preocupam-se comigo”, “sinto-me mais saudável e com mais energia quando estou com pouco peso”, “gosto do sentimento de autocontrole”, “sinto-me mais confiante e capaz quando estou magra”, “sinto-me especial, pura e diferenciada”. No caso da obesidade prevalece a autoestima baixa.

As perturbações alimentares implicam complicações médicas e psicológicas sérias.

tratamento psicológico é complexo, no entanto, os estudos demonstram que a abordagem Cognitivo-Comportamental revela-se como a mais eficaz nestas perturbações.

Perturbações do sono

A privação de sono define-se quando a pessoa passa 24 horas ou mais sem dormir, ou quando dorme um número muito reduzido de horas do que era previsto para a faixa etária. Neste sentido deixa de ser possível funcionar de forma adequada nas suas diversas tarefas diárias.

Existem alguns tipos de privações como, por exemplo, a “total” ou “parcial”, “temporária” e “crónica”.

O sono é essencial a uma vida saudável. A privação do sono tem consequências relevantes no dia a dia, nomeadamente, alterações de humor, dificuldades de concentração e memória. Geralmente provoca sonolência diurna e tonturas.

As dificuldades ao nível do sono podem condicionar significativamente a sua atividade profissional, designadamente, no cumprimento dos horários, concentração e rendimento.

Se está com dificuldades de sono é importante que marque uma consulta com um psicólogo especializado. Após a avaliação psicológica é possível intervir com determinadas estratégias que permitam estabelecer uma boa higiene do sono.

Desmotivação e desinteresse pela vida
É comum o ser humano sentir-se desmotivado ou mudar de expectativas e vontades, esta realidade aparece regularmente no meu consultório.

Determinados interesses e objetivos anteriores deixam de fazer sentido e outros aparecem como essenciais, faz parte da natureza humana e da evolução.

Quando não há um autoconhecimento aprofundado, em determinados momentos, algumas pessoas sentem-se perdidas, e não sabem como agir, que caminho seguir e perdem o sentido de vida. Nestes períodos desenvolvem-se, por vezes, quadros depressivos e ansiosos, e uma vez instalados, é necessária uma avaliação e intervenção psicológica/psicoterapêutica.

Importa redescobrir-se e reinventar-se, criando novas metas, objetivos, interesses e desafios que vão de encontro as suas necessidades.

Na consulta de Psiocologia clinica, terá o espaço e o tempo para, conjuntamente com ele, trabalhar todas as questões que a/o inquietem.

Programa de estimulação pré-escolar

Realizamos Programas de Desenvolvimento de Aptidões para a Aprendizagem Escolar, com crianças a partir dos 4 anos, através de sessões semanais.

O programa foca-se, sobretudo, na linguagem, consciência fornológica e fonética, autoconhecimento, capacidade emocional e social, na capacidade percetivo-visual e psicomotora.

Fazemos prontidão escolar, com o objetivo de aferir as competências a ser desenvolvidas, de modo a, preparação a criança para a transição ao primeiro ciclo.

Permite desenvolver as aptidões relacionadas com a aprendizagem escolar.

Programa de treino e promoção cognitiva

Realizamos programas de intervenção destinados a indivíduos a partir dos 11 anos e através de sessões ajustadas às necessidades.

O programa promove o desenvolvimento das capacidades cognitivas e linguísticas implicadas na aquisição de conhecimentos.

Tem como objetivo treinar processos e estratégias cognitivas e melhorar o estado cognitivo comportamental do paciente de forma a promover a autonomia.

O programa tem três fases na resolução de problemas (a codificação da informação, relacionamento e elaboração de respostas).

 

As áreas cognitivas trabalhadas no programa são na sua maioria:

  • Orientação e atenção (fundamentais para as tarefas do dia a dia);
  • Memória (função cognitiva básica);
  • Linguagem (compreensão, vocabulário e identificação de objetos);
  • Cálculo (compreensão de números e cálculo);
  • Praxia (capacidade de realizar movimentos, domínio do corpo e coordenação).

 

A avaliação neuropsicológica é essencial, e após a mesma dá-se início à intervenção.

Programa de gestão do comportamento

O programa de gestão de comportamentos tem como objetivo promover uma adaptação mais adequada às diversas situações do dia a dia. Aprender a gerir os comportamentos é fundamental para a organização mental e para o funcionamento do sujeito.

É frequente receber em consulta crianças e adolescentes com diferentes problemas de comportamento, nomeadamente, birras, dificuldade em cumprir regras, baixa autoestima, baixa tolerância à frustração, dificuldade em expressar emoções, entre outros.

Inicialmente, realiza-se uma Avaliação Psicológica rigorosa, através de um processo de recolha de informação detalhada com os pais, professores e educadores de Infância.

No final da avaliação psicológica, dá-se início à intervenção, com um programa de gestão comportamental adaptado às necessidades da criança ou adolescente.

Programa de promoção de hábitos e métodos de estudo

O programa de promoção de hábitos e métodos de estudo tem como principal objetivo motivar e implementar estratégias que promovam o sucesso escolar, ou seja, ajudar estudantes a adquirir e/ou desenvolver melhores hábitos de estudo, para que deste modo, seja mais fácil atingir os objetivos esperados.

programa realiza-se com crianças e adolescentes que frequentam o, 2.º e 3.º ciclo através de sessões semanais.

Envolve naturalmente a motivação, a organização do estudo (plano de estudo, gestão do tempo, através de um calendário e horário, gestão comportamental, e a gestão do material e espaço), e aprender a estudar (estilos de aprendizagem, técnicas de estudo e foco nas preocupações, expectativas e objetivos da criança ou adolescente, e pais).

Realiza-se sempre que necessário consultas com os pais e articulação com a escola, nomeadamente, com os professores.

Programas para crianças e adolescentes com hiperatividade e défice de atenção

A perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) é considerado um distúrbio neurodesenvolvimental que afeta o desenvolvimento e as funções cerebrais da criança. Manifesta-se de diferentes formas como falta de atenção (que pode desencadear maus resultados escolares e isolamento), agitação constante, impulsividade, entre outros. Os sintomas, por vezes, criam problemas em casa e na escola.

Os sintomas variam consoante o género, no entanto, é mais comum aparecer em rapazes. A perturbação é normalmente detetada entre os 6 e os 12 anos de idade e prolonga-se até à idade adulta.

O programa desenvolve-se com crianças e adolescentes, através de sessões semanais.

A Intervenção psicoterapêutica é fundamental e eficaz, sendo a Terapia Cognitivo-Comportamental o método mais utilizado.

plano terapêutico é definido de acordo com os resultados da avaliação psicológica realizada. E, é igualmente, realizada uma intervenção psicossocial através de programas para pais (foco na relação entre a criança e pais, e outros familiares significativos), programas na escola (sala de aula, relação com o professor e grupo de pares).

Programas de desenvolvimento de competências pessoais e sociais

O programa pretende possibilitar à criança ou adolescente a aquisição de determinadas competências, como assertividade, autocontrolo, gestão de emoções (tristeza, raiva, frustração, conflito, entre muitas outras), resolução de problemas, treino da empatia, gestão do tempo, planeamento, perseverança, capacidade para desenvolver relações de amizade e de conversação, habilidades para brincar com os outros, entre outros.

Durante o programa o paciente adquire autoconhecimento e capacidade de regular as emoções, identifica-las, reconhece-las e nomeá-las, nomeadamente as suas próprias emoções e as dos outros através de diversas técnicas.

Os temas mais frequentes em consultas é de crianças e adolescentes com ansiedade social, fobia social, dificuldades na interação social, fobia escolar, vítimas e agressores de Bullying, agressividade, entre outras.

Programa de treino de competências parentais

O programa de treino de competências parentais tem como principal objetivo ajudar e orientar os pais que ambicionar dar o melhor de si aos seus filhos. Pretende-se ajudar a criar competências, no sentido de gerirem de uma forma mais funcional os comportamentos dos seus filhos. Procura-se promover a autonomia e autocontrolo, e mostrar a importância das práticas parentais positivas.

Sensibilizamos os pais para as regras com afeto e para a atenção plena sem julgamento, pois consideramos que esses são os ingredientes essenciais a uma parentalidade positiva.

Durante as consultas, os pais aprendem a identificar e a monitorizar os comportamentos disfuncionais dos seus filhos, assim como, outros comportamentos que necessitam de intervenção.

Após a avaliação da criança e dinâmica familiar, estabelece-se um plano específico adequado às necessidades de todos.

É-lhes fornecida informação/explicação sobre o diagnóstico e causas da manutenção dos comportamentos, indisciplina, birras e desobediência, entre outros, e também, estratégias para as ultrapassar.

Uma boa relação familiar é a base de tudo!

Programa de estimulação cognitiva para crianças e adolescentes

programa de estimulação cognitiva para crianças e adolescentes consiste em desenvolver diferentes atividades, baseadas no neurodesenvolvimento infantil.

A intervenção tem como principal objetivo estimular a memória, a linguagem, a atenção, a orientação, a psicomotricidade, as habilidades sociais e emocionais.

Após uma avaliação neuropsicológica da criança ou adolescente, define-se um programa de estimulação cognitiva adequada ao perfil encontrado.

Programa de estimulação cognitiva para adultos e seniores

Em consultório a queixa mais frequente a partir de uma certa altura é a memória. À medida que a idade avança, as falhas de memória são mais frequentes e tendem a agravar-se, causando uma grande insegurança e mal-estar.

programa de estimulação cognitiva, consiste no treino / estimulação cognitiva através de uma intervenção estruturada com o objetivo de atenuar, ou eliminar as dificuldades cognitivas que se manifestam.

Propõe-se um programa de atividades no qual são estimuladas várias funções cognitivas, nomeadamente, a memória, a linguagem, a velocidade de processamento, a orientação espacial, a orientação temporal, entre outras.

Após uma avaliação neuropsicológica rigorosa no adulto ou sénior, define-se um programa de estimulação cognitiva adequada ao perfil encontrado.

Intervenção psicoterapêutica na doença física e/ou crónica

A psicoterapia focada na doença física e / ou crónica é uma intervenção em que o objetivo principal é ajudar o indivíduo a conhecer e adaptar-se de forma saudável à nova realidade de vida. Através da psicoterapia é possível aprender maneiras mais construtivas de lidar com a doença.

Trabalham-se questões emocionais, comportamentais, autoconhecimento, entre outras.

As doenças físicas e/ ou crónica, na sua maioria, não põem a vida do paciente em risco, a curto prazo. No entanto, existem diversas consequências psicológicas que os pacientes sentem durante todo o processo.

O mais comum que aparece em consulta são doenças oncológica, HIV, diabetes, cefaleias, doenças cardíacas, doenças de pele, epilepsia, AVC (acidente vascular cerebral), entre outras.

Na consulta com o psicólogo são explicadas estratégias positivas e ativas de coping. O objetivos é promover a adaptação do paciente ao novo estilo de vida, para isso utilizam-se técnicas de relaxamento, entre outras, que promovem o estilo de vida saudável e adaptado. Apresenta-se e trabalha-se o significado da doença na trajetória de vida, assim como é dado a conhecer estratégias a adotar no presente.

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